Em todas as áreas da ciência, os avanços tecnológicos têm possibilitado à humanidade experimentar o aumento na expectativa de vida. Se na Idade Média, uma pessoa aos 30 anos era considerada idosa, hoje, a expectativa de vida da população mundial é cada vez maior. Crescente também é o número de idosos no mundo, e são milhares os que ultrapassam os 100 anos.
Em contrapartida, o aumento das doenças crônico-degenerativas, traz muita preocupação às pessoas. Elas, as doenças, não atingem apenas os idosos, atingem todas as faixas etárias. Contudo o que se quer, é longevidade com qualidade de vida produtividade. Para tanto, é necessário manter-se em bom estado de saúde. Aliado ao ideal de longevidade está o medo da morte que permeia a mente das pessoas, principalmente no mundo ocidental, onde, a prática médica prioriza manter
vivo o paciente a qualquer custo. Esse pavor da morte, aliado à vaidade do profissional de saúde que define a morte como sinônimo de fracasso.
A “guerra” contra a dor e a morte jamais pode ser considerada como “perdida”: em todos os estágios da vida humana há, sim, o que ser feito, para garantir que a trajetória dos nossos acompanhados mantenha-se digna e amparada do início ao fim da vida. (OLIVEIRA, 2008, pag. 4).
Esta linha de pensamento leva-o a empregar recursos dos mais diversos para manter um corpo funcionante, ainda que o doente não tenha possibilidade de cura. Não atenta para o sofrimento extremo ao qual este e seus e familiares são expostos, tirando-lhes a dignidade e alguma qualidade de vida que podem ter no restante de seus dias que lhes são ainda mais valiosos que qualquer nova terapêutica e tentativas frustradas de impedir o inevitável, a morte.
Entretanto, se os avanços tecnológicos nas ciências induziram alguns a esquecerem a essência do cuidar, outros, porém, atentaram para as necessidades humanas dos doentes sem possibilidade de cura, vendo-o globalmente não apenas como um órgão doente.
Partindo dessa premissa, a médica inglesa Cecily Saunders desenvolveu um novo conceito de cuidar, conceito este já abordado por Florence Nightingale, mas desta vez, com maior minúcia e mais integral, não só restrito à enfermagem, mas abrangendo uma equipe multidisciplinar e colocando o paciente e seus familiares como sujeitos ativos e co-participantes de todo o processo do cuidar, definido como cuidados paliativos.
A Liga Acadêmica é uma entidade primordialmente estudantil e que tem a sua frente um grupo de estudantes dedicados a aprofundar-se nessa temática e ajudar a sanar as demandas da mesma na população e na comunidade acadêmica. Sendo assim, a Liga Acadêmica Baiana de Cuidados Paliativos (LABCP) visa desenvolver de maneira equilibrada ações na tríade acadêmica: ensino, pesquisa e extensão, envolvendo um caráter multidisciplinar, em que cada futuro profissional possa atuar em sua área com embasamento científico e prático, obtidos através do fomento de ensino e pesquisa promovidos pela LABCP, uma vez que a temática de cuidados paliativos ainda é relativamente recente e, portanto, ainda inexiste nas grades curriculares.